sexta-feira, 6 de maio de 2011

Album Review: All Hope Is Gone (Slipknot)


O Slipknot é realmente uma banda difícil de definir. No albúm independente lançado em 1996 (Mate.Feed.Kill.Repeat) tínhamos uma variedade e tanto de ritmos que iam desde o Heavy Metal com vocais bem ao estilo Black Metal, até batidas meio dançantes e coisa e tal. Nos dois albuns de estréia com selo houve uma verdadeira lição de porradaria e peso, com uma mistura bem feita de guitarras pesadíssimas, uma bateria alucinante, um baixo gritante (RIP Paul Gray), um conjunto Sample + Pick up e outras peripécias. Já no Vol. 3 (The Subliminal Verses), muitas mudanças foram feitas, desde vocais mais melódicos a baladas acúsiticas. Tudo isso sem perder a essência da sonoridade dos caras. O disco escolhido para análise, All Hope Is Gone, mais uma vez se mostra diferente dos anteriores. Lançado em 2008, o trabalho causou um furor danado entre crítica e fãs. Enquanto o suposto novo albúm do grupo não sai, vejamos a resenha de All Hope Is Gone.

É fácil dizer de primeira que este disco se parece com o anterior, mas na verdade, ele tem um estilo próprio. As faixas melódicas estão presentes neste também, porém os berros característicos de Corey Taylor ainda marcam presença (talvez em maior presença que no Vol. 3). Os "fucks" também estão de volta, mesmo que em uma quantidade MUITO menor que a vista no Iowa, de 2001 (como se isso fosse difícil).

Como de costume, há uma faixa introdutória para a pancadaria, falo de Execute, um discurso que você dificilmente entenderá por causa dos ruídos que foram colocadas propositalmente. Mas o trabalho começa verdadeiramente em Gematria (The Killing Name), uma imensa surra de bateria e de riffs, como 90% das músicas do Slipknot. Realmente merece um destaque pelo seu lado político (na verdade, o albúm todo é bastante politizado). Na sequência, tem a excelente Sulfur, uma pancadaria generalizada, com direito a Scratchs, um refrão melódico (muito grudento, por sinal) e até mesmo um lado mais comercial (diferentemente da faixa anterior).

Psychosocial é a divisora de águas que segue o disco. Possui um ritmo altamente viciante, além de uma letra quase filosófica. No quesito vocal, a tática Gutural + Melódico comanda a música. Nos instrumentos, uma perfeição invejável. Uma bela química, de certa forma. Foi o grande sucesso de vendas do trabalho. Logo em seguida, temos a excepcional Dead Memories marcando presença. O que esperar? Uma música limpinha, com uma letra bem elaborada, sem exageros. É a faixa melódica que te pega de surpresa em albúns de Metal. Mesmo não sendo tão boa quanto as anteriores, também é muito recomendada (além de também ter obtido êxito comercial).

As seguintes, Vendetta e Butcher's Hook, são boas faixas, mas como não tem ALGO A MAIS (a não ser o fato de ter muito palavrões, mas isso não é nem defeito nem qualidade) decidi deixar que você tire suas próprias conclusões sobre elas. É aí que chega a música que na minha opinião, é a mais chatinha do trabalho. Não que eu não goste de baladas (pelo contrário), mas Gehenna não conseguiu chamar minha atenção. O disco segue numa boa com faixas acima da média, até que chega Snuff.

Ora, meu amigo acessante e internauteiro, essa é só a faixa mais surpreendente de todo o albúm, sem o menor exagero. Uma balada bem construída, com uma bela letra, uma melodia linda, e com um vocal incrível. Causa até um certo arrepio de tão boa que é. Pode até não possuir a complexidade de uma Vermillion, por exemplo, mas é tão boa quanto ela. Isso sem falar no clipe cinematográfico que ela recebeu. Recomendo sem pensar duas vezes.

E apesar dela ter um ar de fim de disco, este cargo foi preenchido pela faixa-título do albúm. Empatada com a anterior, essa foi a que eu mais gostei. É também a mais pesada, veloz, e provavelmente, viciante de todo o trabalho. Uma bateria insanamente veloz e pesada, guitarras e baixo gritando de tanta fúria, e o vocal berrado (com direito ao backing dos percussionistas) é a fórmula desta aquí. Soa meio Thrash Metal em alguns momentos (90% dela), o que é um ponto positivo para alguns, incluindo a mim.

Bem, o disco também possui algumas faixas bônus, que vou deixar sobre sua própria conta e risco. O destaque delas é o remix que Vermillion Pt. 2 recebeu. Realmente muito bom. Outro fator é que todas elas são baladas (bem feitas, devo dizer). Agora corre atrás delas e tire você mesmo a dúvida.

Para fechar, devo dizer que o Slipknot novamente provou que quando um novo disco é anunciado, é porque você TEM QUE OUVIR. Amando ou odiando, você só não pode deixar despercebido. Recomendado para fãs de Metal de qualidade e de baladas bem estruturadas.

Nota: 8,0 (ótimo)
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